domingo, 18 de janeiro de 2009

História do Graffiti

No final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o graffiti surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música muito mais falada do que cantada), o "break" (dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural). Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e académicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.
Os artistas do graffiti, também chamados de "writers" (escritores), costumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais e até chegaram a servir para definir o território de gangs.
Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amesterdão, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas. O objectivo era conseguirem um espaço para criarem livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.
Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e trabalharam nesses espaços alternativos conseguiram levar mostrar suas obras alem das fronteiras de seus países. Alguns exemplos desse movimento são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny Scharf .
Em Portugal, o «boom» do graffiti deu-se na década de 90. O mural das Amoreiras é, de certa forma, o símbolo do graffiti de Lisboa.

Nascido na rua
Renascido na «cultura de rua» o graffiti era uma de muitas expressões para quem vivia e comunicava na rua. Na maioria, comunidades pobres e excluídas socialmente. Hoje em dia, o fenómeno permanece exclusivamente urbano.
Ao contrário do que muitos pensam esta comunidade tem regras, que apesar de não estarem escritas são passadas entre gerações, e definem como e onde pintar. É consensual que há locais proibidos como, por exemplo, os monumentos ou outros desenhos.
Quando nasceu, o graffiti não era graffiti, os artistas perguntavam entre eles «let`s write something tonight?» (vamos escrever alguma coisa esta noite?). Mais tarde será o jornal New York Times a «inventar» a palavra graffiti que perdura até hoje.

Sobretudo jovens
Ainda considerada uma prática ilegal, o graffiti começa finalmente a ser aceite em alguns locais pré-determinados. Mas é o lado ilegal que ainda atrai os mais jovens às paredes. Têm tempo livre, podem pintar à noite e se forem apanhados, as consequências legais não são muito complicadas para os menores de idade.
Há cada vez mais zonas na capital salpicadas de cor. Mas outras cidades nacionais juntam-se a Lisboa como, por exemplo, Caldas da Rainha, Porto ou Almada.
O fenómeno vivido à escala mundial já teve direito a vários livros dedicados exclusivamente ao graffiti. Os melhores desenhos de Nova Iorque, Londres, Barcelona ou Berlim estão espalhados nas melhores livrarias, o que de alguma forma lhes concede um estatuto de arte.
Mas a opinião não é unânime. E, até entre os apaixonados pelo graffiti, há quem reconheça que alguns só «sujam» paredes. Falta «arte» em muitos rabiscos, riscos e nomes.

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